Josianne Martins de Oliveira
Transtorno Depressivo
O Transtorno Depressivo é a doença psiquiátrica mais comum no mundo e tem origem multifatorial, ou seja, depende de fatores genéticos, neuroquímicos, ambientais, traumas, adaptações no desenvolvimento e variações hormonais.
Pode acometer qualquer pessoa, independentemente de renda, idade, educação, raça, gênero, sucesso ou beleza.
A depressão é caracterizada por:
- 1. Humor deprimido (tristeza) e/ou perda de interesse e prazer nas atividades do cotidiano;
- 2. Falta de energia;
- 3. Alterações no sono;
- 4. Aumento ou redução do apetite;
- 5. Falta de concentração;
- 6. Presença de pensamentos negativos, as vezes com conteúdo de morte, podendo ou não ter planejamento e tentativas suicidas.
Dependendo dos sintomas, a depressão é considerada leve, moderada ou grave, podendo ser incapacitante. Um estudo de projeção da Organização Mundial de Saúde prevê que a depressão será a maior causa de incapacidade no mundo até o ano de 2020.
Muito importante saber que existe a depressão do Transtorno Bipolar, que apesar de muito parecida com a depressão do Transtornos Depressivo, tem tratamento medicamentoso e o psicoterápico diferentes. O erro no diagnóstico pode piorar os sintomas, por isso a importância de procurar um médico psiquiatra para realizar o diagnóstico.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, de causas genéticas, caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ocorre em 5% das crianças e 2,5% dos adultos. É mais frequente no sexo masculino. Costuma ser diagnosticado no início da vida escolar já que pode apresentar dificuldades no aprendizado e algumas vezes no relacionamento com as outras crianças. A hiperatividade tende a melhorar na adolescência e vida adulta, porém muitos vão permanecer com desatenção, impulsividade e dificuldades no planejamento.
Ao contrário do que é divulgado na mídia, os sintomas do TDAH são descritos desde a década de 1900, sendo as crianças descritas como desinibidas, impulsivas e hiperativas. Apenas em 1955 é que surgiria a primeira medicação para o tratamento dessas crianças, o metilfenidato.
O tratamento, na maioria das vezes, requer o uso de medicação. Os medicamentos mais utilizados e com maior eficácia são os psicoestimulantes, que quando bem indicados e utilizados com acompanhamento do psiquiatra não tem grandes chances de causarem dependência. Ao contrário, o tratamento do TDAH reduz o comportamento impulsivo e consequentemente o risco do jovem se envolver com o uso de drogas, atividades ilícitas e comportamentos sexuais de risco.
Alguns sintomas são:
1. Não presta atenção a detalhes e erra por descuido;
2. Tem dificuldade em manter a concentração nas atividades;
3. Não ouve quando lhe falam diretamente (“cabeça no mundo da lua”);
4. É desorganizado;
5. Não persiste nas tarefas que exigem esforço mental continuado;
6. É esquecido;
7. Tem dificuldade de seguir instruções e/ou terminar tarefas;
8. Perde as coisas necessárias para as tarefas e atividades;
9. Inquieto com as mãos e os pés e tem dificuldades em ficar sentado;
10. Fala demais;
11. Interrompe, intromete-se nas conversas ou nos jogos dos outros;
12. É barulhento para jogar ou se divertir;
13. Tem dificuldade em esperar a sua vez;
14. Responde de forma antecipada.
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
TOC é uma doença psiquiátrica que tem como principal característica as obsessões e compulsões.
Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são experimentados em algum momento, como intrusivos, indesejáveis, desagradáveis e que causam ansiedade ou desconforto na maioria das pessoas.
Compulsões são comportamentos observáveis, repetitivos ou atos mentais que um indivíduo se sente obrigado a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser seguidas rigidamente. Tal ciclo de obsessões e compulsões pode ocupar tempo considerável da vida do paciente e prejudicar suas atividades e seus relacionamentos, além de trazer bastante sofrimento e angústia.
Alguns sintomas são:
1. Pensamentos, impulsos ou imagens que aparecem para o indivíduo de forma indesejada (obsessões), causando ansiedade e sofrimento;
2. O indivíduo tenta ignorar, suprimir ou neutralizar as obsessões com outro pensamento ou uma ação;
3. Comportamentos repetitivos (p. ex: lavar as mãos, organizar,verificar) ou atos mentais (p. ex: orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente obrigado a executar (compulsões);
4. As compulsões visam prevenir ou reduzir a ansiedade e o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida;
5. As compulsões não têm relação realista com as obsessões ou são claramente excessivas ou absurdas para o indivíduo;
6. Perde mais de uma hora por dia com suas compulsões e obsessões;
7. São pessoas que geralmente tem “mania de limpeza ou organização”, necessidade exagerada de simetria e precisão ou perfeccionismo.
A estimativa é de que ocorra em 2 a 3% da população geral, sendo que no adulto acomete igualmente os homens e as mulheres, porém com início mais precoce em homens. Embora possa ocorrer em qualquer idade, a média para início dos sintomas é no final da adolescência e começo da idade adulta. Aproximadamente 25% dos casos ocorrem antes dos 14 anos. O tratamento, na maioria das vezes, requer o uso de medicação associado a psicoterapia e mudanças nos hábitos de vida.
Josianne Martins de Oliveira
Transtorno Bipolar
O Transtorno Bipolar ou também chamado de Transtorno do Espectro Bipolar é uma doença com causas biológicas, neuroquímicas e psicossociais. Caracteriza-se por uma alteração do humor, em que a pessoa acometida apresenta alternância de períodos de depressão com períodos de alegria ou irritabilidade ou disforia (mania ou hipomania).
O Transtorno Bipolar afeta cerca de 140 milhões de pessoas no mundo e a maioria inicia a doença antes dos 30 anos, podendo acometer crianças e adolescentes.
O fator genético contribui para o surgimento da doenças, mas filhos de pais com o transtorno podem não apresentar a doença, apesar de carregarem os genes;
50% dos portadores da doença tentam o suicídio pelo menos uma vez na vida e 15% realmente se suicidam;
Atualmente, as pessoas levam em média 10 anos para serem diagnosticadas com o transtorno bipolar. O desconhecimento e o preconceito sobre esse transtorno do humor são os principais motivos que levam à demora.
Normalmente o paciente procura o médico nos períodos depressivos do transtorno bipolar, o que pode gerar dúvidas no diagnóstico. Uma história clínica bem colhida pelo psiquiatra evita os erros diagnósticos e o diagnóstico precoce melhora a qualidade de vida do paciente.
Esquizofrenia
A doença está classificada dentro dos transtornos psicóticos, nos quais há uma distorção na interpretação da realidade (delírio) e/ou alterações sensoriais (alucinações auditivas, visuais, táteis, etc.).
O tratamento requer uso de medicação contínua associado a mudanças nos hábitos de vida e apoio familiar. Na maioria das vezes será necessário terapia ocupacional e apoio psicológico ao paciente e também aos cuidadores.
Grande parte da dificuldade do tratamento se deve ao fato de o paciente não reconhecer como doente e não aceitar tomar a medicação. Nesse momento, cabe à família a responsabilidade de administrar o remédio e assegurar o seu uso correto a fim de evitar uma internação ou o agravamento dos sintomas.
Alguns sintomas são:
1. Delírios: o indivíduo acredita, por exemplo, estar sendo perseguido ou amaldiçoado, que introduziram um chip em sua cabeça ou que estão filmando todas as suas ações;
2. Alucinações: as mais comuns são as alucinações auditivas em que as vozes fazem ameaças, dão comando, riem ou xingam;
3. Fala desorganizada;
4. Afeto embotado (poucas expressões faciais, passando a sensação de que está apático);
5. Dificuldades de atenção, memória e raciocínio;
6. Prejuízo da capacidade de planejar e executar suas atividades sozinho;
7. Isolamento social;
8. Prejuízo da capacidade de se autocuidar;
9. Pouca iniciativa.
A doença acomete cerca de 1% da população e, em geral, se inicia no final da adolescência. No sexo masculino o transtorno costuma aparecer mais cedo (entre 10 e 25 anos) que no feminino (entre 25 e 35 anos).